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Mitos associados à alimentação

Dia Mundial da Diabetes - Mitos associados à alimentação

O Dia Mundial da Diabetes, celebrado a 14 de novembro, mobiliza profissionais de saúde e a comunidade para reforçar a prevenção, o diagnóstico precoce e o acompanhamento contínuo desta condição crónica (1). Em Portugal, mais de 900 mil utentes têm diagnóstico de diabetes nos cuidados de saúde primários, número que pode ultrapassar um milhão quando se consideram casos não diagnosticados, por isso, a desmistificação de ideias erradas é essencial para melhorar a literacia em saúde e garantir respostas clínicas oportunas (2).

Apesar de avanços no diagnóstico e tratamento, persistem conceções equivocadas que dificultam a adesão ao tratamento, atrasam a deteção e alimentam estigmas. Corrigir esses equívocos com informação clara e prática é uma prioridade para profissionais e instituições que comunicam com o público.

Mitos mais comuns sobre a diabetes:

 

“A diabetes só afeta pessoas com excesso de peso”

 

Embora o excesso ponderal seja um fator de risco importante para a diabetes tipo 2, esta condição pode surgir em pessoas com peso normal ou até abaixo do recomendado

(3). A diabetes tipo 1, por exemplo, é uma doença autoimune que afeta predominantemente crianças e jovens adultos, independentemente do seu índice de massa corporal (4). Fatores genéticos, ambientais e imunológicos contribuem para a etiologia da diabetes, pelo que reduzir a sua causa ao peso corporal é uma simplificação enganosa que pode atrasar o diagnóstico e a intervenção precoce (5).

“Quem tem diabetes não pode comer açúcar nunca mais”

 

Na realidade, o açúcar pode ser incluído com moderação numa alimentação equilibrada, desde que haja controlo glicémico e orientação nutricional adequada. Em situações de hipoglicemia, o consumo de açúcar é essencial para corrigir rapidamente os níveis de glicose no sangue. O foco deve incidir na qualidade dos hidratos de carbono, na sua distribuição ao longo do dia e no cálculo das porções, não na exclusão total de alimentos (6).

“Se a glicémia está controlada, não há motivo para preocupação”

 

Esta ideia ignora o caráter sistémico e progressivo da diabetes. Mesmo com valores de glicémia dentro dos parâmetros recomendados, é necessário manter o acompanhamento regular, realizar exames complementares e avaliar o risco de complicações a longo prazo. A diabetes pode afetar os rins, os olhos, o coração e os

 

nervos, muitas vezes de forma silenciosa (7). O controlo glicémico é apenas uma parte da gestão global da doença.

“Os hidratos de carbono devem ser totalmente evitados”

 

Os hidratos de carbono são a principal fonte de energia do organismo e devem estar presentes na alimentação, privilegiando-se os de absorção lenta, como os cereais integrais, leguminosas e vegetais. A sua inclusão deve ser feita de forma estratégica, com base em educação alimentar e monitorização da glicémia. A eliminação completa pode comprometer o equilíbrio nutricional e não é recomendada pelas principais entidades científicas (8).

“O exercício físico é perigoso para pessoas com diabetes e deve ser evitado”

 

Na realidade, a prática de exercício físico é amplamente recomendada para pessoas com diabetes, sendo reconhecida como uma estratégia eficaz na gestão da doença. A atividade física contribui para a regulação dos níveis de glicémia, promove o uso da glucose pelos músculos durante o esforço e reduz o risco de complicações metabólicas e cardiovasculares. Embora exista a possibilidade de ocorrência de hipoglicemia, sobretudo em indivíduos que utilizam insulina ou determinados antidiabéticos orais, esse risco pode ser minimizado através da monitorização da glicose, de ajustes na alimentação e da orientação por profissionais de saúde. Evitar o exercício por receio é uma abordagem prejudicial. O movimento deve ser encarado como um aliado fundamental no controlo da diabetes (9).

Em suma, a desmistificação destes mitos é fundamental para a promoção informada e responsável da diabetes mellitus. A educação terapêutica e o acompanhamento multidisciplinar são pilares essenciais para melhorar o autocuidado, reduzir o estigma e garantir uma melhor qualidade de vida às pessoas com diabetes. Profissionais de saúde, incluindo nutricionistas, têm um papel central na promoção da literacia em saúde e na capacitação dos utentes.

 

Nutrição

 

Conteúdo desenvolvido pela aluna estagiária da Licenciatura em Dietética e Nutrição da UAlg: Carolina Andrés, com a orientação da nutricionista Marina Estevão 0365N

 

13 de Novembro de 2025